Maratona de Revezamento de Balneário Camboriú
Sem dúvida essa será uma das minhas provas inesquecíveis. Com ela fechei a temporada de maratonas de 2014. Tinha como dupla do revezamento a grande parceira Kelly Franzoni, em uma excelente fase. Havíamos programado a nossa participação com antecedência de uns 3 meses. Era uma oportunidade legal, pois gostamos de corridas longas e curtas, e essa é uma mistura dos dois. Além de ser realizada em um lugar bem convidativo, Balneário Camboriú.
Eu vinha de provas longas e pesadas. Imaginava que seria mais tranquilo revezar a maratona e fazer somente a metade, cerca de 21 Km. Porém, acho que acabei abusando no último treino em que fiz tiros de 2Km. Isso foi na quinta-feira antes da prova que seria no sábado. Já no desaquecimento senti a panturrilha, justo na última passada. Achei que fosse algo passageiro, um mal jeito, e logo passaria com gelo, gelol e advil.
No dia da prova já me sentia bem melhor e achei que daria pra correr normalmente. Não havia feito mais trote algum com medo de forçar. Fui para Balneário Camboriú no comecinho da tarde de sábado. E já dava pra perceber o calor que iríamos enfrentar.
Por tratar-se de uma maratona de revezamento só havia modalidades: duplas, quartetos ou octetos, e nas categorias femininas, masculinas ou mistas. Eu e a Kelly fizemos uma dupla mista e aqui da grande Florianópolis também estava um quarteto misto formado pelo Diogo, Paulo, Éric e a Doroteia. Quarteto fortíssimo.
Cheguei na arena da prova quase às 16 horas, bem em cima da hora pra retirar o kit. Alias, bem atrasado. Fui o último e já estavam encerrando a entrega. Com o kit retirado e aguardando a chegada da Kelly fui então dar uma aquecidinha. Eu começaria o revezamento com a 1ª volta do total de 8 que faríamos.
Nessa hora um enorme sentimento de frustração tomou conta de mim. Ao dar as primeiras passadas de aquecimento logo senti a panturrilha esquerda. Ela doía muito no movimento de esticar ao dar a passada. Fiquei mais que preocupado com a minha parceira de prova. E agora, o que fazer ? Meses de expectativa !!!
Com certeza não correria fazendo o meu melhor e do jeito que estava dificilmente conseguiria terminar as minhas 4 voltas de mais de 5 Km cada. Optei por tentar correr até onde fosse possível na esperança de que um pouco mais aquecido a dor fosse minimizando.
Com uma forte chuva, a largada acabou atrasando uns 15 minutos. Para mim quanto mais tarde melhor por causa do sol e do forte calor. Acredito que na largada logo após cessar a chuva a temperatura estava perto dos 30 ºC e abriu sol.
O percurso era todo plano, saindo em frente ao Parque Unipraias e seguindo em sentido centro pela Av. Atlântica, por aproximadamente 2,5 Km, e retornava. A via estava fechada parcialmente com uma faixa liberada para o trânsito de veículos.
Chegou a hora. E lá fui eu todo receoso depois de aplicar muito Calminex e tomar Advil para tentar conter a dor. Dada a largada, ao contrário da maioria que saiu em disparada, eu fui mais tranquilo para sentir como estaria. Saí mais devagar para aquecer aos poucos e ver se a dor diminuía. Entretanto logo nos metros iniciais ela já se manifestou. Não teve jeito, segui mancando mesmo, tentando aos poucos acertar uma passada que não se acentuasse. As passadas tiveram que ser bem mais curtas.
Essa foi a volta mais quente e abafada de todas. Durante os 2 primeiros quilômetros meu sentimento era de que seria impossível terminar as 4 voltas. Decidi, então seguir até onde fosse possível sem pensar muito no que ainda estava por vir. Aos poucos fui conseguindo encaixar um ritmo razoável para as condições. No retorno contei aproximadamente 44 equipes na minha frente. Situação complicada. Após retornar, acho que já acostumado com a dor as passadas foram melhorando um pouco, mas devido ao forte calor ainda estava difícil aumentar o ritmo. Terminei a 1ª volta totalmente encharcado de suor e entreguei o bastão para a minha parceira, com o tempo de 23min34s.
Agora teria pouco mais de 20 minutos para descansar e me recuperar até a chegada da Kelly. Eu não podia deixar esfriar muito as pernas para que a dor não voltasse mais forte e fiquei caminhando de um lado para o outro. A Kelly não demorou muito e veio voando fechando a nossa 2ª volta com o tempo que seria a nossa melhor, 21min58s. Com certeza ela passou muita gente. Lá fui eu para 3ª volta.
Sabia que a minha parceira tinha feito um esforço enorme e não queria colocar tudo a perder. Saí novamente mancando muito até conseguir entrar no ritmo. Ouvi até alguém comentando do lado de fora enquanto passava: "Não vai dar !!!". Acabou sendo mais uma injeção de ânimo para mim. Pra facilitar um pouco mais as coisas começou a cair um temporal, deixando muitos trechos da pista alagados. No final até achei bom, pois refrescou um pouco e acabou sendo uma das minhas voltas mais regular. Não lembro de ter tido muita variação de posições. Volta fechada em 23min28s.
Lá foi a minha parceira para a 4ª volta. Enquanto me recuperava aproveitei para tomar um gel de carboidrato. Deu pra respirar um pouco, me hidratar bem, e enquanto aguardava a chegada da Kelly tentei contar as duplas mistas a nossa frente, mas já estava complicado pelas diversas modalidades de revezamento. Devíamos estar algo entre o 3º ou 4º lugar. Novamente a Kelly chegou voando fazendo a nossa 2ª melhor volta com o tempo de 22min54s. Deve ter passado mais alguns.
Agora para mim era questão de honra ir até o final. Não estávamos tão mal assim. Queria pelo menos manter a posição para a minha parceira. Com a temperatura mais amena o ritmo ficou praticamente constante e consegui manter a regularidade das voltas anteriores com 23min30s. Praticamente também sem grandes alterações de posicionamento na nossa 5ª volta.
Bastão entregue e lá foi a Kelly para abrir a 6ª volta. A essa altura as dores já estavam sendo generalizadas nas pernas pelo esforço e tive que tomar um outro advil para a última volta. Tentei contar novamente as duplas mistas e de novo fiquei na dúvida entre 3º ou 4º lugar. Logo ela chegou, me passou o bastão e fui para a minha última volta.
Agora eu acabaria nem que fosse rolando. Nessa volta tudo parecia muito mais travado, tudo mais duro e o esforço só aumentando. Chegando próximo do retorno para o meu último trecho passou por mim um atleta que estava com numeração de dupla e foi embora. Não tinha forças para acompanhá-lo. Aí desanimei um pouco, mas segui dando o meu máximo. Ao me aproximar do posto de troca senti um alívio do tamanho de um elefante. Entreguei o bastão para a Kelly, fechando a nossa 7ª volta e conseguindo concluir a minha participação. Foi a minha volta mais alta, mas até que foi razoável por ser a última, 24min03s.
Só faltava a grande parceira também completar a sua volta final para fecharmos. Nem deu pra gente se comunicar durante a prova, só na passagem do bastão que saía uma ou duas palavras, mas no fundo sabia do seu empenho e esforço. Foi uma alegria imensa quando a vi chegando ao fundo. As minhas pernas que mal conseguiam dar um passo sequer aguentaram mais um trotezinho final e pudemos cruzar juntos a linha de chegada. Ufa, que emoção !!! Missão cumprida. Tempo líquido: 3h09min07s.
Alegria maior foi quando a Fabíolle, amiga da Kelly, veio nos avisar que tínhamos chegado em 3º lugar na dupla mista, confirmado em seguida com a cronometragem. Nossa, eu nem estava acreditando. Acho que foi um dos mais significativos resultados desde que comecei a correr, valorizado ainda mais pela circunstâncias. Subir ao pódio nessa oportunidade foi algo totalmente diferente e com um significado muito especial, coroado com um lindo troféu e uma linda medalha. Por isso sempre penso, temos que acreditar sempre !!!
Sou muito grato a minha parceira, Kelly, pela empenho e compreensão. Correu muito e fez toda a diferença nessa prova. Muito obrigado, Kelly !!! Foi demais.
Na minha reflexão final, não sei se foi certo (sei que não foi !!!) eu correr na situação em que me encontrava, mas posso dizer que valeu muito a pena. Era o meu último grande desafio do ano e compensou o esforço final.
Local: Parque Unipraias - Balneário Camboriú/SC
Data: 13/12/2014 Eu vinha de provas longas e pesadas. Imaginava que seria mais tranquilo revezar a maratona e fazer somente a metade, cerca de 21 Km. Porém, acho que acabei abusando no último treino em que fiz tiros de 2Km. Isso foi na quinta-feira antes da prova que seria no sábado. Já no desaquecimento senti a panturrilha, justo na última passada. Achei que fosse algo passageiro, um mal jeito, e logo passaria com gelo, gelol e advil.
No dia da prova já me sentia bem melhor e achei que daria pra correr normalmente. Não havia feito mais trote algum com medo de forçar. Fui para Balneário Camboriú no comecinho da tarde de sábado. E já dava pra perceber o calor que iríamos enfrentar.
Por tratar-se de uma maratona de revezamento só havia modalidades: duplas, quartetos ou octetos, e nas categorias femininas, masculinas ou mistas. Eu e a Kelly fizemos uma dupla mista e aqui da grande Florianópolis também estava um quarteto misto formado pelo Diogo, Paulo, Éric e a Doroteia. Quarteto fortíssimo.
Cheguei na arena da prova quase às 16 horas, bem em cima da hora pra retirar o kit. Alias, bem atrasado. Fui o último e já estavam encerrando a entrega. Com o kit retirado e aguardando a chegada da Kelly fui então dar uma aquecidinha. Eu começaria o revezamento com a 1ª volta do total de 8 que faríamos.
Nessa hora um enorme sentimento de frustração tomou conta de mim. Ao dar as primeiras passadas de aquecimento logo senti a panturrilha esquerda. Ela doía muito no movimento de esticar ao dar a passada. Fiquei mais que preocupado com a minha parceira de prova. E agora, o que fazer ? Meses de expectativa !!!
Com certeza não correria fazendo o meu melhor e do jeito que estava dificilmente conseguiria terminar as minhas 4 voltas de mais de 5 Km cada. Optei por tentar correr até onde fosse possível na esperança de que um pouco mais aquecido a dor fosse minimizando.
Com uma forte chuva, a largada acabou atrasando uns 15 minutos. Para mim quanto mais tarde melhor por causa do sol e do forte calor. Acredito que na largada logo após cessar a chuva a temperatura estava perto dos 30 ºC e abriu sol.
O percurso era todo plano, saindo em frente ao Parque Unipraias e seguindo em sentido centro pela Av. Atlântica, por aproximadamente 2,5 Km, e retornava. A via estava fechada parcialmente com uma faixa liberada para o trânsito de veículos.
Chegou a hora. E lá fui eu todo receoso depois de aplicar muito Calminex e tomar Advil para tentar conter a dor. Dada a largada, ao contrário da maioria que saiu em disparada, eu fui mais tranquilo para sentir como estaria. Saí mais devagar para aquecer aos poucos e ver se a dor diminuía. Entretanto logo nos metros iniciais ela já se manifestou. Não teve jeito, segui mancando mesmo, tentando aos poucos acertar uma passada que não se acentuasse. As passadas tiveram que ser bem mais curtas.
Essa foi a volta mais quente e abafada de todas. Durante os 2 primeiros quilômetros meu sentimento era de que seria impossível terminar as 4 voltas. Decidi, então seguir até onde fosse possível sem pensar muito no que ainda estava por vir. Aos poucos fui conseguindo encaixar um ritmo razoável para as condições. No retorno contei aproximadamente 44 equipes na minha frente. Situação complicada. Após retornar, acho que já acostumado com a dor as passadas foram melhorando um pouco, mas devido ao forte calor ainda estava difícil aumentar o ritmo. Terminei a 1ª volta totalmente encharcado de suor e entreguei o bastão para a minha parceira, com o tempo de 23min34s.
Agora teria pouco mais de 20 minutos para descansar e me recuperar até a chegada da Kelly. Eu não podia deixar esfriar muito as pernas para que a dor não voltasse mais forte e fiquei caminhando de um lado para o outro. A Kelly não demorou muito e veio voando fechando a nossa 2ª volta com o tempo que seria a nossa melhor, 21min58s. Com certeza ela passou muita gente. Lá fui eu para 3ª volta.
Sabia que a minha parceira tinha feito um esforço enorme e não queria colocar tudo a perder. Saí novamente mancando muito até conseguir entrar no ritmo. Ouvi até alguém comentando do lado de fora enquanto passava: "Não vai dar !!!". Acabou sendo mais uma injeção de ânimo para mim. Pra facilitar um pouco mais as coisas começou a cair um temporal, deixando muitos trechos da pista alagados. No final até achei bom, pois refrescou um pouco e acabou sendo uma das minhas voltas mais regular. Não lembro de ter tido muita variação de posições. Volta fechada em 23min28s.
Lá foi a minha parceira para a 4ª volta. Enquanto me recuperava aproveitei para tomar um gel de carboidrato. Deu pra respirar um pouco, me hidratar bem, e enquanto aguardava a chegada da Kelly tentei contar as duplas mistas a nossa frente, mas já estava complicado pelas diversas modalidades de revezamento. Devíamos estar algo entre o 3º ou 4º lugar. Novamente a Kelly chegou voando fazendo a nossa 2ª melhor volta com o tempo de 22min54s. Deve ter passado mais alguns.
Bastão entregue e lá foi a Kelly para abrir a 6ª volta. A essa altura as dores já estavam sendo generalizadas nas pernas pelo esforço e tive que tomar um outro advil para a última volta. Tentei contar novamente as duplas mistas e de novo fiquei na dúvida entre 3º ou 4º lugar. Logo ela chegou, me passou o bastão e fui para a minha última volta.
Agora eu acabaria nem que fosse rolando. Nessa volta tudo parecia muito mais travado, tudo mais duro e o esforço só aumentando. Chegando próximo do retorno para o meu último trecho passou por mim um atleta que estava com numeração de dupla e foi embora. Não tinha forças para acompanhá-lo. Aí desanimei um pouco, mas segui dando o meu máximo. Ao me aproximar do posto de troca senti um alívio do tamanho de um elefante. Entreguei o bastão para a Kelly, fechando a nossa 7ª volta e conseguindo concluir a minha participação. Foi a minha volta mais alta, mas até que foi razoável por ser a última, 24min03s.
Só faltava a grande parceira também completar a sua volta final para fecharmos. Nem deu pra gente se comunicar durante a prova, só na passagem do bastão que saía uma ou duas palavras, mas no fundo sabia do seu empenho e esforço. Foi uma alegria imensa quando a vi chegando ao fundo. As minhas pernas que mal conseguiam dar um passo sequer aguentaram mais um trotezinho final e pudemos cruzar juntos a linha de chegada. Ufa, que emoção !!! Missão cumprida. Tempo líquido: 3h09min07s.
Alegria maior foi quando a Fabíolle, amiga da Kelly, veio nos avisar que tínhamos chegado em 3º lugar na dupla mista, confirmado em seguida com a cronometragem. Nossa, eu nem estava acreditando. Acho que foi um dos mais significativos resultados desde que comecei a correr, valorizado ainda mais pela circunstâncias. Subir ao pódio nessa oportunidade foi algo totalmente diferente e com um significado muito especial, coroado com um lindo troféu e uma linda medalha. Por isso sempre penso, temos que acreditar sempre !!!
Sou muito grato a minha parceira, Kelly, pela empenho e compreensão. Correu muito e fez toda a diferença nessa prova. Muito obrigado, Kelly !!! Foi demais.
Na minha reflexão final, não sei se foi certo (sei que não foi !!!) eu correr na situação em que me encontrava, mas posso dizer que valeu muito a pena. Era o meu último grande desafio do ano e compensou o esforço final.
Kit diferente. Com suplementose protetor solar
Cenário do local da largada e troca do revezamento
Nossa chegada
Grande parceira, Kelly
Como valeu a pena. Lindo troféu e linda medalha
Horário: 17:00 Hs
Distância: 42,195 Km (40,280 Km)
Inscrição: R$ 85,00 cada um
Kit: Sacola, camiseta, suplementos Creatine way (100g) e L-Carnitine Fire (480 ml), protetor solar (amostra), número de peito, e chip em bastão.
Kit: Sacola, camiseta, suplementos Creatine way (100g) e L-Carnitine Fire (480 ml), protetor solar (amostra), número de peito, e chip em bastão.
Tempo: 3h09min07s
Pace: 4:42 min/Km
Pace: 4:42 min/Km
Colocação: 03 de 09 (dupla mista)
Colocação: 25 de 76 (geral)
Colocação: 25 de 76 (geral)
Ahh que bacana, Du!!! Foi um imenso prazer correr contigo! Tu é um grande amigo, atleta e guerreiro!
ResponderExcluirTenho certeza que em 2015 vamos repetir a dose e muitos outros pódios virão! Beijão!
Foi demais mesmo, Kelly. Grande parceira, correndo cada vez mais. Ainda estou em recuperação e sem correr desde então, mas valeu cada momento. Ano que vem melhoramos esse tempo !!! Muito obrigado pelas palavras e por topar o desafio !!! Bjão.
Excluir