Meia maratona de Floripa O2 - Florianópolis / SC
Até agora não sei o sentimento que ficou em mim após essa corrida. Fiquei um pouco frustrado, mas por outro lado satisfeito e preocupado.
Nos últimos 10 dias senti uma dorzinha no joelho, mas aparentemente nada preocupante. Tinha feito meu último longão (18 Km) no domingo passado. No meio da semana, após um treino de manutenção, as dores no joelho aumentaram e parei por aí para me poupar para a meia maratona.
Na véspera da corrida já não sentia mais as dores no joelho e estava mais confiante em buscar o meu objetivo de tempo: 1h45min. A ansiedade estava grande. Fui retirar o kit no sábado de manhã e já sentia a energia e o clima do evento. Prometia.
Cheguei bem cedinho no local da largada para conseguir uma vaga para estacionar. A previsão era de 6 mil atletas, e com isso teríamos muitos carros pela redondeza. Ainda estava escuro, mas pudemos contemplar o amanhecer com um belo cenário da ponte Hercílio Luz.
Aos poucos os vários grupos de corredores foram chegando e logo deu pra perceber que seria um dos maiores eventos de corrida de Santa Catarina. E eu ficando cada vez mais animado. O grupo do Loucos por Corridas também marcou presença em massa.
A largada, programada para 7h30min, partiu da Beira-mar Continental. Com a grande quantidade de atletas ela demorou mais que 5 minutos para que os últimos atletas cruzassem o portal de largada. Para não pegar esse congestionamento maior eu larguei um pouco mais a frente.
Nos meus primeiros quilômetros, apesar de saber que precisaria poupar energia para o restante da corrida, larguei um pouco empolgado, fazendo o meu melhor pace na corrida 4:35 min/Km, seguido de 4:49 min/Km, no 2º Km. Começou então a subida para pegarmos a ponte Colombo Salles. Pela primeira vez eu estava correndo por cima da ponte para chegar a ilha. O ritmo caiu um pouco devido a subida (5:25 min/Km), mas logo que retornei ao trecho mais plano meu pace voltou para a casa de 4:50 min/Km. Estava tudo indo bem, conseguindo manter o meu ritmo abaixo dos 5 min/Km, até então.
Logo após completar os primeiros quatro quilômetros meu joelho começou a sinalizar a tão temida dorzinha que havia me preocupado durante a última semana. A essa altura o Egomar passou por mim e foi embora. Eu tentava fingir que não tinha dor e tocava no mesmo ritmo, conseguindo completar o 5º km a 5:11 min/Km e o 6º km a 5:00 min/Km. Mas para manter esse ritmo forçava cada vez mais o joelho e a dor ia aumentando. Gradativamente o meu pace foi aumentando nos quilômetros que se seguiram: 5:09 (7º km) / 5:07 (8º km).
Na altura do 7º km o Renato e o Sérgio passaram por mim também. E eu fiquei com um grande dilema nesse momento: 1) parar e voltar, 2) tentar concluir a prova, mantendo o ritmo a qualquer custo e dor, 3) tentar concluir a prova, sem forçar. A alternativa 1) para corredores é praticamente impossível. Então pensei que se forçasse mais comprometeria de vez o joelho e poderia não conseguir completar a corrida. A saída foi optar por tirar o pé do acelerador e mudar de objetivo, que agora seria completar a prova. Os paces foram aumentando cada vez mais: 5:20 (9º km) / 5:12 (10º km) / 5:32 (11º km). Agora já tinha completado mais da metade da corrida e faltava somente voltar.
Eis que a dor foi piorando e a vontade de ficar por ali mesmo foi aumentando. Simplesmente correr em ritmo mais leve não era o suficiente. Começava nesse momento os meus 10 Km mais demorados e sacrificantes na vida de atleta. Para não forçar mais tanto o joelho direito, tive que correr mancando (experiência única). Puxa, tinha que acontecer justo nessa corrida. Nem preciso dizer o que aconteceu com o meu pace, foi lá pra cima: 5:22 (12º km) / 5:46 (13º km) / 5:47 (14º km) / 6:01 (15º km) / 6:02 (16º km) / 6:56 (17º km). A sensação de incapacidade na corrida ficou visível. Centenas de corredores passavam por mim e eu não conseguia fazer mais nada.
Ao chegar próximo da Ponte Pedro Ivo que nos daria acesso novamente ao Continente decidi fazer um último esforço e gastar as minhas últimas reservas, mas ainda mancando um pouco. Consegui trazer o pace novamente para abaixo dos 6 min/Km: 5:18 (18º km) e 4:41 (19º km). Esse último só consegui porque era uma boa descida na ponte. Nessa descida pude contemplar em visão privilegiada da Ponte Hercílio Luz (cartão postal de Florianópolis / SC), e até tirar umas fotos.
Após vencer esse trecho da ponte, peguei mais uma subida para completar o 20º km a 6:13 min/Km, e ganhar novamente a Beira-mar Continental, para finalmente concluir a prova. Não tão exausto como normalmente estaria, mas com a dor que se mantinha, fui gastando as minhas últimas energias para concluir bem o último quilômetro. Enquanto estava chegando passei pelo Paulo que tinha disparado na minha frente, e acho que teve algum problema técnico também. Consegui arrancar até um sprint final, fechando em 5:22 min/Km, e concluindo a prova com o tempo de 1h54min03s.
Com muita dor, recebi a linda medalha da prova, tomei muita água e já aproveitei pra pegar uma pedra de gelo para o meu joelho. Até que ele aguentou bem no final.
Era pra ter sido uma corrida perfeita com todos os ingredientes necessários: kit de qualidade, organização e estrutura excelente, tempo agradável, percurso fantástico, entre outros. É muito gratificante e empolgante conseguir concluir uma meia maratona, mas confesso que essa para mim foi um pouco frustrante por não ter chegado nem perto do meu primeiro objetivo de tempo. Entretanto estou ciente de que fiz o que podia ter feito no cenário que se apresentou e torço para que possa participar das próximas corridas que estão por vir.
Evento nota 10 !!!
Só mais 3 Km para acabar
Registro da minha chegada
Gelo no joelho
Paisagem da corrida impecável
Galera animada depois da corrida
Local: Beiramar Continental - Estreito - Florianópolis / SC
Data: 19/06/2011
Horário: 7h30min
Distância: 21 Km
Inscrição: R$ 65,00
Kit: Número do peito, camiseta dry-fit de manga cumprida, boné, gel de carboidrato, sacola e chip.
Tempo: 1h54min03
Pace: 5:24 min/Km
Colocação: 110 de 232 (categoria 40-44 anos)
Colocação: 639 de 1329 (masculino)
Colocação: 706 de 1764 (geral)
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