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quinta-feira, 11 de maio de 2017

07/05/2017 - Wings for Life 2017 - Brasília / DF - 4ª Edição

Foto: Mário Sérgio Jesus - Foco Radical
Wings for Life 2017 - Brasília / DF - 4ª Edição


No último dia 07/05 participamos da 4º edição da Wings for Life Brasil, realizada pelas ruas de Brasília-DF pelo 3º ano consecutivo. Somente em 2014 ela foi realizada em Florianópolis onde fomos apresentados. Trata-se de uma corrida mundial com o objetivo de angariar fundos para as pesquisas da cura da lesão da medula espinhal.

O formato da prova é diferente em relação a todas as outras, o que a torna tão atrativa. Quem já fez quer repetir e quem ainda não fez quer experimentar. Esse ano ela aconteceu em 24 países (reduziu em relação ao ano passado que foram 34 países), mas foi possível participar também por meio de um aplicativo no celular em qualquer parte do mundo, devidamente inscrito.

Uma turma de amigos aqui de Santa Catarina saiu no sábado pela manhã com destino a Brasília, e depois de alguns inconvenientes de cancelamento de vôo e atrasos, todos chegaram ao seu destino já próximo da hora do almoço. No grupo que saiu de Floripa estávamos, eu, a Aninha, Sabine, Jairo, Marcos Vinícius, Ronaldo e o Fernando.

Dando uma atualizada nos preços do translado em Brasília, o ônibus aeroporto-hotel subiu de R$ 10 para R$ 12, e o UBER ficou em R$ 24 a ida, bem mais em conta quando dividido por quatro. Na volta, do hotel até o aeroporto, o UBER ficou em R$ 35.

Quase todos ficaram hospedados no Hotel Bonaparte (diária R$ 215,60), melhor localizado e mais próximo da largada. O Jabson e a Juciana já estavam por lá e se juntaram a nós. Mesmo lotado, o hotel permitiu o nosso check-out até às 15 horas. Isso ajuda muito e é um dos motivos da preferência, uma vez que o nosso vôo de volta geralmente é à noite.

A entrega dos kits foi realizada no Brasília Shopping, como nos anos anteriores, e era possível fazer a inscrição na hora também. Apesar de movimentado foi tranquilo a retirada dos nossos kits. Por lá encontramos a turma do canal do Youtube "Mania de Corrida", e o Thadeu, que também é aqui de São José/SC. Ele ganhou como prêmio a viagem para a Wings for Life em uma promoção realizada pelo canal, além de um relógio Tom Tom Runner. Muito sortudo !!!

Conforme divulgação, o número de inscritos para essa edição da Wings for Life superou a marca de 150 mil atletas, sendo que só no Brasil foram mais de 5 mil. Muito legal que a cada ano esse número cresce e a arrecadação para as pesquisas consequentemente.

Mas e como funciona essa prova ? Às 8 horas, horário de Brasília, todos os atletas inscritos do mundo inteiro largam simultaneamente. A corrida não tem distância definida. Passados 30 minutos do horário da largada, o "catcher car", dirigido no Brasil pelo piloto Cacá Bueno, sai em velocidade inicial de 15 Km/h e vai aumentando gradativamente 1 Km/h a cada 60 minutos. O momento que o carro te alcança a sua corrida termina. O vencedor é o último a ser alcançado.

Em relação ao ano passado, o percurso teve leve alteração, mas permaneceu ao redor da Asa Norte de Brasília. A mudança maior foi para os guerreiros que fizeram mais de 24 Km, que foi mais ou menos a distância de uma volta. Nesse caso eles repetiram o circuito até o "catcher car" alcançar. Isso facilitou a logística de transporte de volta e de pontos de hidratação.
 
No dia da prova, depois de um café reforçado, fomos para o local da largada em frente ao Museu Nacional de Brasília, com uma hora de antecedência. É bom ir cedo para já ir entrando no clima da prova. Encontrei vários amigos de todas as partes do Brasil: Eduardo Machado do Paraná, Márcio Kobayashi de Manaus, Roberto Itimura de São Paulo, Sérgio de Floripa, e a Mara e a Nádia de Brasília. A Sueli também foi, mas só nos encontramos no vôo da volta.  

Como plano A eu tinha como meta superar os 28 Km, mas já sabia que isso seria bem difícil pela falta de preparação. Realisticamente esperava algo em torno de 25 Km. Não parecia tão difícil se o sol não tivesse resolvido aparecer tão forte do meio da prova para o final.

Às 8 horas em Brasília foi dada a largada. Os mais de 150 mil atletas no mundo todo começaram a sua fuga do "catcher car". Para acompanhar isso, a organização dispunha de uma central de informações monitorando a prova de todos os 24 países. Para quem quisesse torcer e verificar o desempenho de amigos e familiares também era possível acompanhar por meio de um aplicativo e do número de peito do atleta. O amigo João Lopes me mandou a tela do momento em que o "catcher car" já estava com 5 Km e já tinha alcançado no Brasil 147 atletas. Bem interessante.


Demorei para me alinhar na largada e acabei ficando em uma posição intermediária. Nessa prova isso não é bom, pois o carro larga 30 min depois da largada oficial. Aproveitei para fazer um "ao vivo" pelo Facebook, mostrando os primeiros momentos da prova, com direito até a uma bronca da Aninha...rs. Pior que ela tinha razão. Depois esses segundinhos fizeram falta.

Partimos no sentido do Congresso e Senado Federal e por lá fizemos o retorno e voltamos pelo Eixo Monumental do outro lado. Pelo meu pace inicial, acho que saí mais fraco que esperava. Podia ter forçado um pouco mais enquanto a temperatura estava mais fresquinha.

Completando o 3º Km acessamos o Eixo Rodoviário Norte e seguimos reto por aproximadamente 7 Km. Inicialmente fomos subindo nesse trecho e depois veio a descida, que ajudou a fazer eu recuperar alguns segundos, ganhar confiança e me colocar no tempo de prova para o meu objetivo. Passei os 10 Km com 48min44s, quase 1 minuto a menos que no ano passado.

Próximo desses 10 Km emparelhou comigo e me cumprimentou o Runner Hostil (Ivan). Ele tem um blog "Teacher que Corre", e também segue o meu. Confiram lá. Tivemos a oportunidade de nos conhecer pessoalmente e correr juntos por um tempo.  


Após o 10º Km viramos à direita pela Estrada Parque das Nações e seguimos margeando o Lago Paranoá. Só que a partir daí comecei a sentir as subidinhas. O sol ficando cada vez mais intenso também complicava o rendimento. O meu pace começava a escapar dos 5 min/Km.

Os postos de hidratação foram distribuídos de 3 em 3 Km nos quilômetros iniciais. Não tomei gel de carboidrato e nem cápsula de sal dessa vez. Não teve também isotônico, somente um único posto de energético Red Bull na altura do Km 8. Eu peguei um copinho e dei alguns goles, mas definitivamente não me caiu muito bem. Não tive problemas com falta de água.

Na passagem pelo 15º Km eu ainda mantinha o pace abaixo de 5 min/Km, com 1h13min46s. Porém, a partir daí comecei a sentir mais ainda as subidas, exigindo muito das pernas e da respiração. Nesse ponto também observei várias antenas. Deviam ser pontos de verificação da passagem dos atletas.

Como os quilômetros seguintes foram trechos de subida, o ritmo foi diminuindo e comecei a dizer adeus aos meus planos A e B. Não queria andar, pelo menos, até concluir os 21 Km. No Km 18 encontrei o amigo Jairo e seguimos durante um tempo nos arrastando. Eu já estava com medo de não conseguir fechar a distância de uma meia maratona (21 Km). Meu o rendimento desabou nesse trecho da prova.

No 19º Km não consegui mais resistir e tive que aliviar, fazendo a minha primeira caminhada. O sol já estava intenso e as subidas pareciam intermináveis. Os próximos quilômetros foram de várias pequenas caminhadas, principalmente nos trechos de subida.

Aos trancos e barrancos passei pelo Km 21 com 1h46min46s (já acima do pace de 5 min/Km, que permitiria atingir a marca de 25 Km). A luta então ficou em tentar aumentar a distância alcançada ano passado, que tinha sido de 23,57 Km. Mas até isso senti que estava difícil.

Um pouco a frente encontrei o amigo Márcio Kobayashi que após sentir o joelho teve que aliviar o ritmo também. Seguimos juntos até a chegada do "catcher car". Eu já estava alternando entre trotes e caminhadas. Queria chegar pelo menos aos 23 Km e só consegui quando já ouvia ao fundo a caravana buzinando e se aproximando.

Os atletas ao redor começaram a acelerar. Parece que todos tiram um último gás da cartola. Até eu que me arrastava consegui avançar mais uns 300 metros até o carro me alcançar. Também dei uma reduzida para poder registrar o momento. É uma sensação estranha de querer fugir e de querer ser alcançado. O legal é que o Cacá Bueno passa bem próximo e vem agradecendo e parabenizando o pessoal.

Fim de prova e agora era hora de voltar. A organização disponibilizou ônibus para levar os atletas de volta a arena do evento, em frente ao Museu Nacional. Percebi que estava a pouco mais de 1 Km da arena e optei por ir caminhando até lá. Foi bem rapidinho.

Na arena retirei a medalha e me hidratei bastante. O duro foi que a água e os lanches estavam do outro lado da avenida. Duro para quem já estava quebrado. Acho que da turma foi um dos primeiros a chegar, pois não precisei esperar pelo ônibus. Fiquei lá descansando em uma sombra e aguardando a chegada do pessoal. A Aninha não demorou muito e veio feliz pois tinha conseguido aumentar a distância em relação ao ano passado, percorrendo 16,76 Km.

Ficamos esperando todos chegar e para a nossa surpresa vários atletas que permaneceram por mais tempo na corrida acabaram ficando sem a medalha, inclusive o Jabson e a Sabine. A falta de água no percurso também foi muito comentado por lá. Logo em seguida a organização já se retratava no site, informando que as medalhas faltantes seriam encaminhadas pelo Correio aos atletas. Menos mal.  

No Brasil, os campeões e últimos a serem alcançados pelo "catcher car" foram os brasileiros Luis Felipe Barboza com 58,8 Km percorridos, e a Letícia Saltori, bicampeã, com 44,9 Km atingidos. Como prêmio poderão escolher um outro país para participar na próxima edição da Wings for Life, ano que vem.

Percurso Percorrido 2017 (23,33 Km)

Percurso Percorrido 2016 (23,57 Km)

Kit com a camiseta da mesma cor de 2016 
 Os amigos de Santa Catarina na retirada do kit no Brasília Shopping
Largada em frente ao Museu Nacional de Brasília
Tudo certo para a prova
Encontrei o pessoal do canal "Mania de Corrida"
O carro que nos perseguiu. Detalhe da antena na frente.
A parte boa da prova, descida.
(Foto: Focoradical)
Passando pelo Ministério Público Federal, ao fundo.
(Foto: - Focoradical)
Passando pelo Km 18 com o amigo Jairo Aguiar
(Foto: Mario Sérgio Jesus - Focoradical)
Eu e o Márcio com cerca de 22 Km percorridos
Jabson, Juciana, eu, Aninha e a Sabine comemorando depois da missão cumprida
Medalha
Certificado

Local: Em frente ao Museu Nacional de Brasília / DF
Data: 07/05/2016 
Horário: 08:00 Hs 
Distância: 23,33 Km 

Inscrição: R$ 110
Kit: Número do peito com chip, camiseta, 2 latas de redbull, Whey bar Vo2


Tempo: 2h00min52s
Pace: 5:11 min/Km

Colocação Brasil: 034 de 308 (categoria 45-49 anos)
Colocação Brasil: 323 de 2.534 (masculino)

Colocação Brasil: 352 de 4.466 (geral)

Colocação mundial: 01.141 de 05.338 (categoria 45-49 anos)
Colocação mundial: 10.838 de 58.359 (masculino)
Colocação mundial: 12.326 de 105.614 (geral)

2 comentários:

  1. Parabéns por mais essa prova Hanada, e aliás... que prova !!! Foi minha primeira participação na WFLWR e quando você diz: "quem já fez quer repetir e quem ainda não fez quer experimentar", é o comentário perfeito !!!
    O formato da prova é algo que fascina, e poder correr por aqueles que não podem, é ultra satisfatório... poder ajudar num trabalho onde o valor das inscrições é revertido na pesquisa da cura das lesões de medula é emocionante... você poder ajudar fazendo aquilo que mais gosta !!!
    Quanto ao sol... realmente castigante !!! Senti na pele o tão famoso clima seco da terra dos candangos... corrida sofrida, mas acima de tudo, com a certeza de que em 2018 estarei novamente correndo por aqueles que ainda não podem, pois brevemente a ciência os possibilitará esta conquista !!!
    Valeu pela grande parceria de você e toda a galera de SC que esteve presente !!! Foi tudo perfeito !!!

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  2. Incrível sua conquista. E adorei saber que a Aninha te enquadrou na largada. Ou corre ou faz selfie!!!!

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