Pela 3ª vez participei da Maratona Internacional de Porto Alegre (2013, 2014 e agora em 2018). Tive que pular as 3 últimas edições pois a data coincidia com a da Meia maratona de Floripa, que é a minha preferida das meias maratonas. Como esse ano elas ficaram defasadas por uma semana pude me inscrever para os dois grandes eventos.
A Maratona de Porto Alegre é a minha preferida das maratonas por causa do seu percurso bem plano e com temperaturas bem fresquinhas, sendo considerada a mais rápida do Brasil e ideal para quem busca melhorar o tempo na distância. Era a minha principal aposta para voltar a entrar no ranking brasileiro de maratonistas, organizado pela Revista Contra-Relógio.
A minha preparação foi bem prejudicada, primeiro por uma provável reação a vacina contra a febre amarela, que me deixou com fraquezas e dores por vários dias. Em seguida a perna esquerda (provável síndrome do trato da banda iliotibial) começou a incomodar e se estendeu até duas semanas antes da prova. Diante disso, o maior longo que consegui fazer foi de 24 km e algumas corridas de 21 km. Fiz até um certo volume de rodagens, mas sempre curtas e em ritmo bem leve.
Faltando cerca de um mês pensei em abortar a missão maratona. Como opções teria a meia maratona ou a corrida rústica de 7,5 km, em Porto Alegre, uma vez que já tinha confirmado que iria. Pensei, pensei, e resolvi que se as dores sumissem até às vésperas eu iria encará-la, mesmo que não pudesse buscar o meu objetivo. E foi o que aconteceu. Com duas semanas antes não sentia mais a dor, porém a preparação (longões) foi praticamente zero.
Esse ano optei por ir de carro com alguns amigos Loucos por Corridas, Ju, Jabson, Renato, Jany e a Aninha. Acompanhado fica mais fácil e mais viável, ainda mais quando a distância não é tão grande assim. Saímos no sábado de madrugada, véspera da prova, rumo ao Barra Shopping Sul, onde estava sendo feita a entrega dos kits. Chegamos cedo, por volta de 11:30.
O preço único do estacionamento do shopping foi R$ 10 e a estrutura da Expo foi montada nele mesmo em uma área externa. Estava bem movimentado por lá com a chegada de vários atletas de outros estados. Houve divisões para entrega dos kits da maratona e da meia maratona / rústica. A fila da maratona estava maior, mas andou rápido. Havia vários stands de produtos e acessórios esportivos, painéis para fotos, distribuição de café, e até área de descanso. Também distribuíram as pulseiras de pelotões, baseado na nossa expectativa de tempo para a prova. Acho que eram uns 6 pelotões.
Os kits foram diferentes. No da maratona além da camiseta do evento já acompanhava também a camiseta de finisher, e o chip era de pulso e retornável. No kit da corrida rústica e da meia maratona o chip era descartável e não tinha a camiseta de finisher.
O dia estava lindo no sábado, limpo e bem agradável, mas a previsão anunciada durante toda a semana para o dia da prova era de 100% de chuva. E muito gente duvidou que isso iria acontecer, inclusive eu.
Ficamos no Hotel Catedral Plaza, cerca de 500m do hotel oficial do evento, Master Express Perimetral (este já não tinha mais vaga quando fui reservar). Lá é um dos pontos de onde partem os ônibus levando os atletas até a largada no dia da prova. Muito útil esse serviço disponibilizado pela organização para não precisarmos depender de UBER ou táxi, que praticamente somem quando tem um evento desse porte.
No domingo pela manhã, conforme previsto, o dia amanheceu chuvoso mesmo e já nas instalações ao redor do shopping os atletas se abrigavam no locais cobertos onde era possível. O shopping estava fechado, mas o acesso ao estacionamento estava aberto. Como o guarda-volumes ficou dentro do estacionamento coberto nos protegemos por lá até onde foi possível.
As largadas da meia maratona e da maratona, previstas para às 7:30 foram separadas, bem como o acesso ás mesmas. Dessa forma na hora de nos alinharmos, a Aninha, a Ju, a Jany e o Renato foram para o lado da meia maratona. Eu e o Jabson para o da maratona. Não vi divisão alguma quanto a separação dos pelotões.
Resisti em colocar a capa de chuva, mas faltando poucos minutos para a largada, que teve um atraso de 5 minutos, tive que usar. Já estava chovendo forte e com muitos relâmpagos. Fiz a largada com a capa de chuva e corri com ela por um bom tempo. Até me protegia um pouco do frio e do vento. Larguei bem moderado até conseguir esquentar, o que estava difícil. A ideia seria manter o pace médio em torno de 5:30 min/km depois que regularizasse. Engraçado que dada a largada os maratonistas correram por um lado da avenida e os meias maratonistas pelo outro no mesmo sentido, e depois se juntavam todos.
Saindo do Shopping viramos à esquerda fazendo uma volta pelos bairros Vila Assunção e Tristeza. Com cerca de 7,5 km percorridos, passamos novamente pelo ponto de largada. Deve ter sido esse o percurso da corrida rústica (7,5 km), que teve a sua largada às 8 horas. Fomos então no sentido do centro histórico, tendo a nossa esquerda a vista para o Lago Guaíba.
Esse início, apesar da chuva, estava tranquilo e corria dentro do esperado. Não me lembro bem em que altura foi, mas quando a chuva deu uma trégua, tirei a capa e guardei. Pensei em descartá-la, apostando que não fosse mais chover, mas decidi levá-la ainda junto a cintura.
No 11º km passamos em frente ao Estádio do Beira Rio e nessa grande reta pela Av. Edvaldo Pereira Paiva comecei a sentir o vento contra batendo de frente. Com a camiseta ainda molhada da chuva, sentia muito o frio. Tomei então a minha 1ª cápsula de sal e um pouco mais a frente o 1º e único gel de carboidrato. Os pontos de hidratação estavam bem distribuídos com água, isotônicos em saquinhos e em alguns pontos tinha até frutas (banana, maçã, e até ponkan).
No km 13 seguimos pela cidade por cerca de 1,5 km até entrarmos novamente pela avenida que margeava o Lago Guaíba com 14,5 km. Nesse trecho era possível ver o pessoal mais rápido da maratona já voltando pelo outro lado, inclusive os amigos Tiago e Susany, que estreavam e já estavam bem lá na frente. Eu continuava no meu ritmo estabelecido.
Após 15,7 km percorridos teve a divisão das distâncias de 21km e 42km. Os meia maratonistas seguiram reto e os maratonistas fizeram o retorno e voltaram pela rua na parte de cima. Legal que enquanto eu voltava deu até pra dar um oi para a Aninha. Percebi que era um trecho de subidinha leve, mas estava sustentando o pace. Passando pelos postos de hidratação, mesmo estando fresquinho, fui pegando o copo de água ou o isotônico em todos eles e bebendo uma parte.
A Maratona de Porto Alegre é a minha preferida das maratonas por causa do seu percurso bem plano e com temperaturas bem fresquinhas, sendo considerada a mais rápida do Brasil e ideal para quem busca melhorar o tempo na distância. Era a minha principal aposta para voltar a entrar no ranking brasileiro de maratonistas, organizado pela Revista Contra-Relógio.
A minha preparação foi bem prejudicada, primeiro por uma provável reação a vacina contra a febre amarela, que me deixou com fraquezas e dores por vários dias. Em seguida a perna esquerda (provável síndrome do trato da banda iliotibial) começou a incomodar e se estendeu até duas semanas antes da prova. Diante disso, o maior longo que consegui fazer foi de 24 km e algumas corridas de 21 km. Fiz até um certo volume de rodagens, mas sempre curtas e em ritmo bem leve.
Faltando cerca de um mês pensei em abortar a missão maratona. Como opções teria a meia maratona ou a corrida rústica de 7,5 km, em Porto Alegre, uma vez que já tinha confirmado que iria. Pensei, pensei, e resolvi que se as dores sumissem até às vésperas eu iria encará-la, mesmo que não pudesse buscar o meu objetivo. E foi o que aconteceu. Com duas semanas antes não sentia mais a dor, porém a preparação (longões) foi praticamente zero.
Esse ano optei por ir de carro com alguns amigos Loucos por Corridas, Ju, Jabson, Renato, Jany e a Aninha. Acompanhado fica mais fácil e mais viável, ainda mais quando a distância não é tão grande assim. Saímos no sábado de madrugada, véspera da prova, rumo ao Barra Shopping Sul, onde estava sendo feita a entrega dos kits. Chegamos cedo, por volta de 11:30.
O preço único do estacionamento do shopping foi R$ 10 e a estrutura da Expo foi montada nele mesmo em uma área externa. Estava bem movimentado por lá com a chegada de vários atletas de outros estados. Houve divisões para entrega dos kits da maratona e da meia maratona / rústica. A fila da maratona estava maior, mas andou rápido. Havia vários stands de produtos e acessórios esportivos, painéis para fotos, distribuição de café, e até área de descanso. Também distribuíram as pulseiras de pelotões, baseado na nossa expectativa de tempo para a prova. Acho que eram uns 6 pelotões.
Os kits foram diferentes. No da maratona além da camiseta do evento já acompanhava também a camiseta de finisher, e o chip era de pulso e retornável. No kit da corrida rústica e da meia maratona o chip era descartável e não tinha a camiseta de finisher.
O dia estava lindo no sábado, limpo e bem agradável, mas a previsão anunciada durante toda a semana para o dia da prova era de 100% de chuva. E muito gente duvidou que isso iria acontecer, inclusive eu.
Ficamos no Hotel Catedral Plaza, cerca de 500m do hotel oficial do evento, Master Express Perimetral (este já não tinha mais vaga quando fui reservar). Lá é um dos pontos de onde partem os ônibus levando os atletas até a largada no dia da prova. Muito útil esse serviço disponibilizado pela organização para não precisarmos depender de UBER ou táxi, que praticamente somem quando tem um evento desse porte.
No domingo pela manhã, conforme previsto, o dia amanheceu chuvoso mesmo e já nas instalações ao redor do shopping os atletas se abrigavam no locais cobertos onde era possível. O shopping estava fechado, mas o acesso ao estacionamento estava aberto. Como o guarda-volumes ficou dentro do estacionamento coberto nos protegemos por lá até onde foi possível.
As largadas da meia maratona e da maratona, previstas para às 7:30 foram separadas, bem como o acesso ás mesmas. Dessa forma na hora de nos alinharmos, a Aninha, a Ju, a Jany e o Renato foram para o lado da meia maratona. Eu e o Jabson para o da maratona. Não vi divisão alguma quanto a separação dos pelotões.
Resisti em colocar a capa de chuva, mas faltando poucos minutos para a largada, que teve um atraso de 5 minutos, tive que usar. Já estava chovendo forte e com muitos relâmpagos. Fiz a largada com a capa de chuva e corri com ela por um bom tempo. Até me protegia um pouco do frio e do vento. Larguei bem moderado até conseguir esquentar, o que estava difícil. A ideia seria manter o pace médio em torno de 5:30 min/km depois que regularizasse. Engraçado que dada a largada os maratonistas correram por um lado da avenida e os meias maratonistas pelo outro no mesmo sentido, e depois se juntavam todos.
Esse início, apesar da chuva, estava tranquilo e corria dentro do esperado. Não me lembro bem em que altura foi, mas quando a chuva deu uma trégua, tirei a capa e guardei. Pensei em descartá-la, apostando que não fosse mais chover, mas decidi levá-la ainda junto a cintura.
No 11º km passamos em frente ao Estádio do Beira Rio e nessa grande reta pela Av. Edvaldo Pereira Paiva comecei a sentir o vento contra batendo de frente. Com a camiseta ainda molhada da chuva, sentia muito o frio. Tomei então a minha 1ª cápsula de sal e um pouco mais a frente o 1º e único gel de carboidrato. Os pontos de hidratação estavam bem distribuídos com água, isotônicos em saquinhos e em alguns pontos tinha até frutas (banana, maçã, e até ponkan).
No km 13 seguimos pela cidade por cerca de 1,5 km até entrarmos novamente pela avenida que margeava o Lago Guaíba com 14,5 km. Nesse trecho era possível ver o pessoal mais rápido da maratona já voltando pelo outro lado, inclusive os amigos Tiago e Susany, que estreavam e já estavam bem lá na frente. Eu continuava no meu ritmo estabelecido.
Após 15,7 km percorridos teve a divisão das distâncias de 21km e 42km. Os meia maratonistas seguiram reto e os maratonistas fizeram o retorno e voltaram pela rua na parte de cima. Legal que enquanto eu voltava deu até pra dar um oi para a Aninha. Percebi que era um trecho de subidinha leve, mas estava sustentando o pace. Passando pelos postos de hidratação, mesmo estando fresquinho, fui pegando o copo de água ou o isotônico em todos eles e bebendo uma parte.
A chuva ora parava e ora apertava. O chato mesmo é que deixava várias poças de água pelo caminho. Até o 18º km estava tudo bem, dentro do esperado e eu já fazia as contas pra tentar repetir o tempo na segunda metade da prova. Mas a partir daí as pernas começaram a pesar e o meu ritmo foi diminuindo aos poucos. Os paces começaram a passar dos 5:40 min/km. Ainda passei a meia maratona com 1:57:59. Repetir a outra metade daria um sub 4h, mas seria difícil.
Minhas pernas estavam pesadas e a respiração meio ofegante, além do normal. Sinais de fisgadas nas partes internas da coxa começaram a se manifestar. Pior que eu sabia que tinha muito chão pra percorrer. Tomei a outra cápsula de sal e a última acabei deixando cair. Abandonei qualquer esperança de sub-4h e comecei a correr no ritmo que dava. Consegui ir até o 26º km correndo, até que, com uns trechos de subidinhas, cedi para uma primeira caminhada.Tentei adiar ao máximo esse momento. Esse foi o meu limite.
Eu teria ainda cerca de 15 km pela frente e aqueles pensamentos de querer desistir começaram a aparecer, ainda mais com o frio e a chuva que insistia em voltar. Estava tão complicado que até pra desistir ia ser difícil. Não dava pra ficar muito parado e eu estava bem longe da chegada. Então o jeito foi seguir, administrando as fisgadas nas coxas e morrendo de medo das cãibras.
Muitos atletas já passavam por mim e de vez em quando eu também passava por alguns, bastante castigados, normalmente com fortes dores ou com cãibras. Não consegui mais correr continuamente do 27º km em diante. Ora me faltava fôlego, ora as fisgadas ficavam insuportáveis. Analisando depois até me assustei com a quantidade de caminhadas que fiz nesses últimos 15 km, chegando a 45 vezes.
Passei os 30 km com 2h53min50s. Tinha cerca de 1h05min para fazer 12 km e conseguir o sub 4h. Em situações normais até que não seria tão difícil, mas no estado em que eu estava era impossível. O frio era tanto que deu até vontade de colocar a capa de chuva novamente, mas não o fiz. Passamos por pontos de distribuição de frutas e também teve um ponto de gel. Eu não conseguia mais ingerir nada e dispensei. Só em um ponto que peguei uns gomos de ponkan.
Bem lentamente os quilômetros foram sendo vencidos, cada um já parecendo uma eternidade. Movimentos bruscos nem pensar. Seria cãibra na certa. O objetivo ficou sendo simplesmente completar a maratona. Não tinha mais plano algum e nem metas a buscar. Próximo do 36º km passamos em frente ao conhecido Centro Cultural Usina do Gasômetro, já com 3h39min16s. E ainda faltavam 6 longos quilômetros.
Já na grande avenida que levaria a chegada tentei ensaiar um trote mais forte, mas não deu e por muito pouco a cãibra não veio com tudo. Bateu ainda a maior fome, com o meu estômago roncando. Pior que já tinha passado todos os pontos de frutas. Faltando cerca de 1,5 km, avistei o amigo Jabson, que voltou lá pra me buscar. Ele já tinha acabado a sua maratona com o excelente tempo de 3h00min35s. Me acompanhou até os metros finais. Nesse meio tempo vimos uma garota segurando um cartaz com os dizeres: "Os 195m são no coração". Achei muito legal o incentivo nessa reta final e realmente, já estava por conta do coração.
Faltando cerca de 300 m, o público presente formou um funil que te empurrava com as palavras e gritos de incentivo para a linha de chegada. A Juciana estava por lá também e me avisou que a Aninha aguardava na chegada. Não tem como não se empolgar, mesmo já estando todo debilitado da prova duríssima. É arrumar a postura e correr para cruzar a linha de chegada.
Depois de exatos 4h31min09s (tempo líquido) cruzei finalmente o portal, com uma mistura de sensações: alívio, alegria, superação, gratidão, por ter conseguido completar a minha 14ª maratona. Mais feliz ao rever a Aninha logo em seguida, que depois de ter feito a sua meia maratona nessas condições adversas, ficou lá me aguardando na chuva e registrou tudo. Essa minha parceira é demais e sou muito grato a ela por toda essa atenção.
Me recuperei um pouco, hidratei e fui retirar a linda medalha em forma de cuia de chimarrão. Nesse ponto era preciso devolver o chip. Com certeza está entre umas das mais bonitas que tenho. Cruel mesmo foi o local para retirada do guarda-volumes, que no final da maratona, parecia que estava a quilômetros. Nem tive forças pra tirar fotos.
Estava louco pra me trocar e me agasalhar e tudo o que eu pensava era em um bom banho quentinho. Na volta, também utilizamos o ônibus do evento que nos levou de volta para perto do hotel, e nem assim a chuva deu trégua. Definitivamente não gostei de correr uma maratona com chuva !!!
É como sempre digo, cada maratona é uma história diferente. E isso que é o charme dessa distância, sempre tão desafiadora para nós pobre mortais. Mas uma coisa eu digo, é bom treinar !!! Tinha pensando em nunca mais correr uma maratona, mas esqueci que já estava inscrito para a Maratona de Floripa em Agosto. E que venha, então !!!
Minhas pernas estavam pesadas e a respiração meio ofegante, além do normal. Sinais de fisgadas nas partes internas da coxa começaram a se manifestar. Pior que eu sabia que tinha muito chão pra percorrer. Tomei a outra cápsula de sal e a última acabei deixando cair. Abandonei qualquer esperança de sub-4h e comecei a correr no ritmo que dava. Consegui ir até o 26º km correndo, até que, com uns trechos de subidinhas, cedi para uma primeira caminhada.Tentei adiar ao máximo esse momento. Esse foi o meu limite.
Eu teria ainda cerca de 15 km pela frente e aqueles pensamentos de querer desistir começaram a aparecer, ainda mais com o frio e a chuva que insistia em voltar. Estava tão complicado que até pra desistir ia ser difícil. Não dava pra ficar muito parado e eu estava bem longe da chegada. Então o jeito foi seguir, administrando as fisgadas nas coxas e morrendo de medo das cãibras.
Muitos atletas já passavam por mim e de vez em quando eu também passava por alguns, bastante castigados, normalmente com fortes dores ou com cãibras. Não consegui mais correr continuamente do 27º km em diante. Ora me faltava fôlego, ora as fisgadas ficavam insuportáveis. Analisando depois até me assustei com a quantidade de caminhadas que fiz nesses últimos 15 km, chegando a 45 vezes.
Gráfico: Pace (mim/km) x Distância
Passei os 30 km com 2h53min50s. Tinha cerca de 1h05min para fazer 12 km e conseguir o sub 4h. Em situações normais até que não seria tão difícil, mas no estado em que eu estava era impossível. O frio era tanto que deu até vontade de colocar a capa de chuva novamente, mas não o fiz. Passamos por pontos de distribuição de frutas e também teve um ponto de gel. Eu não conseguia mais ingerir nada e dispensei. Só em um ponto que peguei uns gomos de ponkan.
Bem lentamente os quilômetros foram sendo vencidos, cada um já parecendo uma eternidade. Movimentos bruscos nem pensar. Seria cãibra na certa. O objetivo ficou sendo simplesmente completar a maratona. Não tinha mais plano algum e nem metas a buscar. Próximo do 36º km passamos em frente ao conhecido Centro Cultural Usina do Gasômetro, já com 3h39min16s. E ainda faltavam 6 longos quilômetros.
Já na grande avenida que levaria a chegada tentei ensaiar um trote mais forte, mas não deu e por muito pouco a cãibra não veio com tudo. Bateu ainda a maior fome, com o meu estômago roncando. Pior que já tinha passado todos os pontos de frutas. Faltando cerca de 1,5 km, avistei o amigo Jabson, que voltou lá pra me buscar. Ele já tinha acabado a sua maratona com o excelente tempo de 3h00min35s. Me acompanhou até os metros finais. Nesse meio tempo vimos uma garota segurando um cartaz com os dizeres: "Os 195m são no coração". Achei muito legal o incentivo nessa reta final e realmente, já estava por conta do coração.
Faltando cerca de 300 m, o público presente formou um funil que te empurrava com as palavras e gritos de incentivo para a linha de chegada. A Juciana estava por lá também e me avisou que a Aninha aguardava na chegada. Não tem como não se empolgar, mesmo já estando todo debilitado da prova duríssima. É arrumar a postura e correr para cruzar a linha de chegada.
Depois de exatos 4h31min09s (tempo líquido) cruzei finalmente o portal, com uma mistura de sensações: alívio, alegria, superação, gratidão, por ter conseguido completar a minha 14ª maratona. Mais feliz ao rever a Aninha logo em seguida, que depois de ter feito a sua meia maratona nessas condições adversas, ficou lá me aguardando na chuva e registrou tudo. Essa minha parceira é demais e sou muito grato a ela por toda essa atenção.
Me recuperei um pouco, hidratei e fui retirar a linda medalha em forma de cuia de chimarrão. Nesse ponto era preciso devolver o chip. Com certeza está entre umas das mais bonitas que tenho. Cruel mesmo foi o local para retirada do guarda-volumes, que no final da maratona, parecia que estava a quilômetros. Nem tive forças pra tirar fotos.
Estava louco pra me trocar e me agasalhar e tudo o que eu pensava era em um bom banho quentinho. Na volta, também utilizamos o ônibus do evento que nos levou de volta para perto do hotel, e nem assim a chuva deu trégua. Definitivamente não gostei de correr uma maratona com chuva !!!
É como sempre digo, cada maratona é uma história diferente. E isso que é o charme dessa distância, sempre tão desafiadora para nós pobre mortais. Mas uma coisa eu digo, é bom treinar !!! Tinha pensando em nunca mais correr uma maratona, mas esqueci que já estava inscrito para a Maratona de Floripa em Agosto. E que venha, então !!!
Percurso 2018 (42,53 Km)
Partiu POA
Kit da Maratona de POA com a camiseta roxa de finisher
Amigos de SC retirando os kits no Barra Shopping SulCom a amiga Fabíola de Chapecó
Com o amigo de provas Runner Hostil (Ivan)
Com o "primo" Roberto Itimura e esposa
Eu e a Aninha com a Zilda e a Yasmim também de SC
Loucos por Corridas prontos para a largada.
Encontrei meu primo Ossamu de São Paulo
Percurso bem plano e molhado !!!
(Foto: Foco Radical)
Ainda estava com gás(Foto: Foco Radical)
Chegada da Aninha na Meia maratona
(Foto: Foco Radical)
Chegando sob as lentes da Aninha
(Foto: Ana Paula Marcon)
(Foto: Foco Radical)
Linda medalha em forma de cuia de chimarrão.
Local da largada: Barra Shopping Sul - Av. Diário de Notícias, 300, Bairro Cristal.
Data: 10/06/2018
Horário: 7:30 Hs (7:35 Hs)
Distância: 42,195 Km (42,530 Km)
Inscrição: R$ 135,00
Kit: Sacola, uma camiseta do evento, uma camiseta de finisher, 1 pacote de café 500g, número de peito e chip retornável.
Tempo: 4h31min09s
Pace: 6:23 min/km
Tênis: Puma Speed 600 Ignite (verde)
Colocação: 0292 de 0375 (categoria 45-49 anos)
Colocação: 1945 de 2522 (masculino)
Colocação: 2424 de 3379 (geral)