domingo, 25 de novembro de 2018

18/11/2018 - Maratona de Curitiba / PR

Foto: Felipe da Cruz - Foco Radical
Maratona de Curitiba 2018


Após concluir a Maratona Internacional de Floripa em agosto tinha decidido deixar de correr maratonas, "como sempre". Porém, algumas semanas depois de um bom descanso, algumas reflexões e boas lembranças mudei de ideia e me inscrevi novamente para correr a Maratona de Curitiba. A minha última participação tinha sido em 2015. Uma vez feita a inscrição pra mim não tem mais volta. Seria a minha 16ª maratona.

Dizem que é uma das maratonas mais difíceis do Brasil e realmente é mesmo. A impressão que dá é que ou estamos subindo ou estamos descendo. Raros são os trechos retos em plano. Isso eu já sabia, mas já tinha me esquecido.

Sem muito tempo para fazer treinos longos e com alterações no horário de trabalho, minha preparação não foi do jeito que queria. O problema é que a maratona não perdoa. Meu resumo de treinos longos dentro do último mês de preparação foram: uma meia maratona, um longão de 32 km e outro de 24 km na última semana. O restante dos treinos foram no máximo de 15 km.

Ainda com memória das minhas últimas participações, tinha como objetivo primeiro entrar no ranking dos maratonistas (sub 3h55min na minha faixa etária) ou pelo menos um sub-4h. Estava na expectativa  e, apesar da preparação precária, estava confiante. A gente é sempre otimista.

Reservamos o Hotel Ibis Styles do Centro Cívico, bem ao lado do Shopping Muller, que fica a aproximadamente 1 km da Praça Nossa Senhora de Salete, local das largadas. Era o que tinha disponível na região para a data. Foi uma boa escolha, pois além de permitirem um check-out late sem custos extras, adiantaram também o café da manhã para os atletas. Uma excelente opção para esse evento. O valor da diária dupla com café da manhã já incluso foi R$ 186,58. Bom preço.

Eu, a Aninha, Jabson e Ju saímos de Florianópolis rumo a Curitiba no sábado pela manhã e chegamos no início da tarde. Fomos direto para o Shopping Estação para a retirada dos nossos kits. Uma boa estrutura foi montada na parte superior do shopping, com vários stands de diversos produtos e serviços, como o do pessoal do "Mania de Corrida", da "Revista Contra-Relógio", da personalização da camiseta (R$ 20), suplementos, roupas, entre outros. Aproveitei pra comprar um porta-medalhas e gel para a maratona. A entrega dos kits no período da tarde estava bem tranquila. Não pegamos fila alguma. Eu e a Aninha optamos pelo kit premium, que vinha com um boné e uma caneca, além da camiseta. A diferença era pouca e valeu a pena.

No final do dia ao invés de descansar fomos visitar o Passeio Público, pertinho do hotel, e comer aquela tradicional pizza pré-maratona no Shopping. Dessa vez foi sem exageros. Precisava dormir cedo por conta do desgaste da viagem e pra encarar a maratona do dia seguinte.

Na manhã de domingo tomamos um bom café da manhã servido a partir das 5:30 da manhã por solicitação dos atletas do hotel e fomos para o local da largada. O tempo estava gostoso, fresquinho, até com alguns vestígios de chuvinha leve. Menos mal que estava com nuvens e o sol encoberto. Por lá ainda encontrei o menino Bobby do Mania de Corrida, que faria a sua estreia na maratona, e alguns outros amigos: Elaine Borges, Marcelo Almeida, Angélica Godoi, Fábio Leite, o "primo" Marcel Agarie e até a Dione, vice-campeã da maratona.

A concentração foi ao redor da grande praça, que apresentava um grande espaço para os atletas. Áreas bem definidas para as assessorias esportivas, banheiros químicos, arquibancadas, guarda-volumes e serviços. Aos poucos foi sendo inteiramente tomada com a chegada dos atletas. Às 7 horas era a largada dos corredores da maratona, individual e de revezamento. Cerca de 40 minutos depois a largada dos atletas dos 5 km e 10 km. Eu e o Jabson faríamos a maratona (42 km) e a Aninha e a Juciana os 10 km.

Pontualmente às 7 horas foi dada a largada. Havia bandeirinhas sinalizando os paces em cada faixa, mas não vi nenhum controle e nem diferenciação por números. Só no caso do pelotão de elite, com número de peito na cor prata, como o do amigo Jabson, que largou lá na frente. Eu só consegui me posicionar no bloco do meio.

Passando pelo portal e após acionar o Garmin é a hora que a brincadeira começa. À nossa direita o público que lotava a arquibancada dava as saudações de "boa prova" aos futuros maratonistas. Consegui até avistar a Aninha e a Ju, que estavam por lá e aguardariam mais uns 40 minutos até a largada delas. Animação total nessa saída.

Meu início de prova procurei fazer bem tranquilo mantendo um pace próximo de 5:30 min/km, que eu tentaria levar até o final. Sabia que não estava preparado como nas outras maratonas e não quis arriscar. O engraçado é que antes de completar o 1º km, próximo ao Shopping Muller, eu já estava suando bastante. Acho que a umidade do ar estava alta.

Viramos à direita no Shopping, e voltamos por trás do Centro Cívico. No 3º km encaramos a primeira subidinha, mas no início nem sentimos tanto. Pra dar uma animada no pessoal havia uma bandinha tocando uns rocks na passagem dos atletas. Um pouco mais a frente passamos em frente ao Museu Oscar Niemeyer, quase completando os 5 km. Ponto repleto de fotógrafos enfileirados disputando uma bela imagem. Até aí rodando com pace próximo de 5:30 min/km ainda.

Completando os 6 km, passamos próximo ao local da largada. Legal foi ouvir um grito "Edu, Edu !!!". Era a Adriane da ACORSJ que estava por lá também assistindo e dando uma força. Tinham se passado quase 35 minutos e os atletas dos 5 km e 10 km estavam prestes a largar. As meninas estavam lá. Só os PNE´s já haviam largado ainda.

Segui reto pela Rua Barão do Cerro Azul até o 7º km. Facilitou um pouco que esse trecho era em decida, mas na retomada escapou um pace acima de 5:40 min/km. Nesse momento comecei a sentir que realmente estava começando a minha maratona.

A hidratação foi de 3 em 3 km. Inicialmente peguei somente um copo de água por posto, e não deixei passar nenhum posto sem me hidratar. Sentia a boca seca durante a prova. Chegando ao km 10 a subida mais acentuada da prova o meu pace foi para quase 6 min/km, fechando esses primeiros 10 km com 55min40s. Dentro do planejado ainda.


Do 11º km até 17º km, tirando o km 14, que teve outra subidinha mais acentuada, consegui  manter o pace abaixo de 5:40 min/km. De vez em quando dava uma chuviscadinha que ajudava a refrescar. Muito bem-vinda por sinal. Ainda bem que o sol não prevaleceu.

Eu não tinha a menor vontade de tomar o gel de carboidrato e não o fiz durante toda a maratona. Só no 18º km fui tomar a cápsula de sal. Como estava difícil de pegar, dei uma caminhada pra não derrubar. Continuei rodando com o pace um pouco acima de 5:40 min/km até completar a meia maratona (21 km). Nesse ponto havia uma grande concentração de atletas das duplas de revezamento, esperando os seus parceiros para a troca. Passei a meia maratona com pouco mais de 1h58min. Já sentia que a segunda parte não seria nada fácil.

Logo após a placa de 21 km aproveitei pra dar uma caminhada no posto de hidratação. Não devia ter feito. Depois disso foram uma sucessão de trotes e caminhadas curtas. A respiração não estava dando conta. Entre os km 21 e 30 km os paces já estavam ficando em torno de 6:30 min/km. Também ajudou o fato de começarem trechos com mais subidas e descidas.

Dei adeus ao ranking de maratonistas 2018 e ao sub-4h. Estava muito cedo pra perder o rendimento, e ainda faltava toda a parte mais crítica. Não consegui mais correr continuamente por mais de 1 km até o fim, fazendo breves caminhadas pra me recuperar. Lembro que peguei  umas balinhas de goma e fiquei um bom tempo com elas na boca tentando engolir. Tinha até batata chips no percurso, mas essa nem arrisquei. Em um posto de Red Bull a sede era tão grande que bebi um copo, mesmo sabendo que não ia me cair bem.

Do 28º km ao 31º km corremos por uma longa reta na Av. Marechal Floriano Peixoto Foram os últimos quilômetros que consegui manter o pace abaixo de 7 min/km. Pernas pesadas e respiração muito ofegante foram fazendo aumentar a frequência de caminhadas. A parte boa é que não tive problemas quanto a fisgadas e cãibras, que normalmente tenho em maratonas.

Voltamos uns 2 km por essa mesma avenida, e o meu pace já passava dos 7 min/km. Eu sempre buscava chegar nos postos de hidratação pra dar uma caminhada e me hidratar mais tranquilamente. A essa altura já estava usando dois copos por posto. Pena que a água já não estava mais gelada. Era pra ter também aquela esponja gelada no percurso pra dar uma refrescada, mas não vi ou já tinha acabado.

Do 33º km em diante os trotes se mantinham, mas as caminhadas foram ficando mais longas. Não me lembro em que altura vi um cartaz "as subidas terminaram", mas infelizmente não foi verdade. Elas continuaram aparecendo. Tomei um advil pra ver se aliviava um pouco o peso das pernas, mas não senti diferença.

Seguia na batalha com outros companheiros de maratona também naquele esforço final. ninguém queria desistir a essa altura. Muitos porém, ficavam pelo percurso com fortes cãibras ou cansaço extremo. São os momentos que já estamos próximo dos nossos limites. Já não ligava mais pra tempo, pois não tinha mais meta a buscar. A vontade era somente de concluir a maratona o mais breve possível.

O último quarto da maratona é o mais demorado psicologicamente. Os quilômetros demoram a passar cada vez mais. Um dos pontos legais de Curitiba é que várias assessorias e o público na rua nesses últimos quilômetros oferecem guloseimas e seguram cartazes de incentivos, além de darem aquele apoio moral. Um grupo com um megafone cantava: "Não para, não para, não para não !!!" na maior animação. Achei muito legal.

Em dois pontos "não oficiais" tomei uma boa coca-cola gelada oferecida por algumas assessorias. Como precisava disso. A batata chips, bala de goma e outras guloseimas não descia mesmo. Apesar da organização ter distribuído gel de carboidrato em dois pontos não tomei nenhum durante toda a prova.

Finalzinho da maratona e faltando 1 km, encontrei o amigo Jabson, que já tinha terminado a sua maratona com um excelente tempo de 3h08min. Ele me esperava e me acompanhou até a reta de chegada. Esse é o ponto mais emocionante de uma maratona, e em Curitiba ainda mais especial com o longo corredor formado pelo público presente apoiando e assistindo a chegada dos atletas. São cerca de 500 metros desse calor humano te empurrando. Demais !!!

A chegada empolgante é de frente a uma arquibancada lotada. A Aninha, que já tinha completado a sua prova de 10 km a tempos, me aguardava e fez um belo vídeo da minha chegada. Com exatos 4h26min26s cruzei finalmente o portal. Muito contente por não ter tido problemas de cãibras e nem fisgadas, mas igualmente exausto.

Achei legal o kit pós prova com um delicioso picolé na chegada, além de isotônico, água e frutas. Esse é o motivo dos meus dentes estarem com cor de uva no final. A medalha foi diferenciada pelas distâncias e achei muito bonita com desenhos alusivos aos principais pontos turísticos de Curitiba.

Depois de descansar um pouco e reencontrar os amigos Ju, Jabson e a Aninha, ainda tivemos que caminhar pouco mais de 1 km até o hotel. Depois de 42 km, qualquer 100 metros pesa. Mas nada que um delicioso chopp no hotel para comemorar com os amigos não compensasse.

Esse ano a organização do evento ficou por conta da Elite Eventos. Não tive problemas com os itens importantes de uma maratona, inclusive gostei muito do kit, medalha e picolé pós-prova. Mas posteriormente ouvi reclamações de falta de água no final do percurso. Esse item é muito crítico, principalmente para o pessoal que vem mais atrás. Não dá pra falhar. Pena que a cada ano essa maratona pode ter uma organizadora diferente e fica difícil de se ter uma melhoria continua.

Percurso 2018 (42,5 km)
Kit premium da maratona e dos 10 km
Kit retirado e prontos para mais esse desafio

Foto rara, com o boné do kit da maratona
Alguns amigos que encontrei: menino Bob e Marcel (Mania de Corrida), Marcelo e Angélica
No começo é só alegria
No finalzinho essas pequenas subidas pesam

Menos de 100 metros para a chegada
Mal consigo ficar de pé para a foto
Eu e a Aninha com as medalhas logo depois de chupar um picolé de uva
O painel com o nome dos maratonistas eu só vi no finalzinho
Certificado da Maratona de Curitiba

Local: Praça do Centro Cívico - Curitiba/PR
Data: 18/11/2018 
Horário: 7:00 hs 
Distância: 42,195 Km (42,5 Km) 

Inscrição: R$ 109,00 (42k kit premium) 
Kit: Sacola plástica, camiseta, boné, caneca, chip descartável e número de peito.

Tempo: 4h26min26s
Pace: 6:23 min/Km
Tênis: Puma Speed Ignite 600 verde

Colocação: 0198 de 0311 (categoria 45-49 anos)
Colocação: 1383 de 2218 (masculino)
Colocação: 1556 de 2741 (geral)

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