Este ano eu ainda não tinha tido a chance de participar de uma prova de longa distância e esta seria uma ótima oportunidade para começar, especialmente em um evento com uma grande quantidade de participantes. O evento, organizado pelo grupo STC, dividiu as corridas em três dias seguidos: 5 km na sexta-feira à noite, 21 km no sábado pela manhã e os 42 km no domingo de manhã.
Fiz a minha inscrição para a meia maratona aproveitando uma promoção do Dia dos Namorados, onde se pagava por uma inscrição e ganhava outra. Como a promoção tinha que ser para distâncias iguais tive que convencer a Aninha a correr na mesma distância. Fazer os 5 km seria ruim para nós em uma sexta-feira à noite e a maratona por enquanto pra mim está descartada por falta de condicionamento. Portanto a meia maratona foi a nossa opção.
Para a prova até que eu vinha conseguindo me preparar no mês anterior à prova, porém faltando cerca de duas semanas não pude manter o ritmo de treinamento e na semana da prova tive uma sinusite aguda que me deixou fora dos treinos e até do trabalho, medicado com antibiótico e anti-inflamatório. Fiquei receoso se conseguiria correr no dia da prova.
A entrega dos kits de participação ocorreu no Pátio Milano, localizado na Av. Mauro Ramos, em Florianópolis. O local é bonito e bem interessante, mas achei o acesso meio complicado para entrar e difícil para estacionar nas proximidades. Uma Expo com muitas opções de produtos voltados para a corrida foi montada nos andares superiores, com muitas promoções e preços atrativos. Havia também diversos painéis informativos para tirar fotos e deixar os registros dos atletas. Os kits foram entregues de quarta-feira até o sábado. Fui retirar o meu e da Aninha na quinta-feira para não pegar filas, pois a previsão era de mais de 15 mil atletas para o evento como um todo. Com a chegada do final de semana e dos atletas de fora, que eram a maioria, não deve ter sido fácil a retirada dos kits.
Alguns atletas se inscreveram para participar do Desafio, que consistia em correr e completar as três distâncias: 5km, 21km e 42km. Quem completasse todas elas ganharia uma quarta medalha especial do desafio. O amigo Enio, do podcast Por Falar em Correr, foi um dos que participaram e conseguiu concluir com sucesso, conquistando as 4 medalhas.
O tempo durante a semana da prova estava friozinho. Como não estava recuperado tinha decidido que se tivesse muito frio e chovendo no sábado, dia da meia maratona, eu não iria correr. Minha imunidade poderia baixar ainda mais e piorar. Mas isso eu só iria saber mesmo no dia da prova.
Na sexta-feira à noite teve a corrida de 5 km, que foi realizada na Av. Beira-mar Continental, local diferente onde seriam realizadas as outras distâncias, de 21km e 42km. Nesse dia, próximo do horário da largada choveu muito em Florianópolis e provocou até atrasos na largada. Já estava perdendo as esperanças.
Com a largada prevista para às 5:30 no sábado sabia que tinha que madrugar para conseguir estacionar perto da arena da prova. Como a chuva parou e estava sem muito vento decidi participar da meia maratona. Eu e a Aninha chegamos às 4:15 da manhã e não encontramos mais lugares nas redondezas. Só um pouco mais afastado em ruas perpendiculares à beira-mar, depois de dar algumas voltas. Das próximas vezes melhor chegar com pelo menos 1h30 de antecedência.
Das três opções de distância, a meia maratona foi a que concentrou o maior número de atletas. Não sei se essa distribuição em três dias é a melhor opção porque acaba separando mais os grupos e pessoas que correm distâncias diferentes. Mas pela quantidade de participantes seria difícil concentrar em um dia só de prova.
Enquanto aguardava o horário da largada não fiz praticamente nenhum aquecimento e com o friozinho que estava fazendo optei por correr com o corta-vento. Nunca fiz isso antes, mas como ainda estava fragilizado não queria arriscar pegar longos trechos de vento frio. Me posicionei para a largada lá no fundo já que não tinha grandes pretensões de tempo.
Na largada estava junto com a Aninha e a Jany, e consegui fazer uma proeza ao passar pelo tapete do portal. Logo no primeiro passo tropecei. Fiz de tudo para não cair, mas não evitei. Joelho direito e as duas mãos raladas. Só lembro de um outro atleta ter me ajudado a levantar e me incentivado a seguir. Nem pude pensar porque atrás vinha muito mais atletas. inclusive a Jany e a Aninha que devem ter visto a trapalhada. Eu já não estava muito bom e começar a meia maratona assim não estava no script.
Ao levantar senti dores nas pernas pela pancada, mas o joelho ralado nem tinha visto. Só as palmas da mão que ardiam. De imediato pensei sinceramente em desistir, e tinha todos os motivos para isso. Eu insisti um pouco pra ver como ficaria esse início. Fui em um trote mais lento por causa das dores na perna. Me recordo que demorou cerca de três quilômetros até que aquecesse e não sentisse tanto as dores.
Meu início de prova foi diferente desta vez, tentando conciliar as dores, frio e a possibilidade de desistir. Saímos do Trapiche da Beira-mar Norte e fomos no sentido do Trevo da Seta, na via Expressa Sul. Depois do 1º km, com o pace mais alto que o normal, 6:09 min/km optei em seguir e ficar avaliando as condições durante a prova, principalmente pela dor na perna direita por causa do tombo.