terça-feira, 12 de setembro de 2023

26/08/2023 - Meia Maratona Internacional de Floripa - FLN/SC

 Foto: Alexandre Carvalho - Foco Radical
Meia Maratona Internacional de Floripa - FLN/SC


Este ano eu ainda não tinha tido a chance de participar de uma prova de longa distância e esta seria uma ótima oportunidade para começar, especialmente em um evento com uma grande quantidade de participantes. O evento, organizado pelo grupo STC, dividiu as corridas em três dias seguidos: 5 km na sexta-feira à noite, 21 km no sábado pela manhã e os 42 km no domingo de manhã. 

Fiz a minha inscrição para a meia maratona aproveitando uma promoção do Dia dos Namorados, onde se pagava por uma inscrição e ganhava outra. Como a promoção tinha que ser para distâncias iguais tive que convencer a Aninha a correr na mesma distância. Fazer os 5 km seria ruim para nós em uma sexta-feira à noite e a maratona por enquanto pra mim está descartada por falta de condicionamento. Portanto a meia maratona foi a nossa opção.

Para a prova até que eu vinha conseguindo me preparar no mês anterior à prova, porém faltando cerca de duas semanas não pude manter o ritmo de treinamento e na semana da prova tive uma sinusite aguda que me deixou fora dos treinos e até do trabalho, medicado com antibiótico e anti-inflamatório. Fiquei receoso se conseguiria correr no dia da prova.

A entrega dos kits de participação ocorreu no Pátio Milano, localizado na Av. Mauro Ramos, em Florianópolis. O local é bonito e bem interessante, mas achei o acesso meio complicado para entrar e difícil para estacionar nas proximidades. Uma Expo com muitas opções de produtos voltados para a corrida foi montada nos andares superiores, com muitas promoções e preços atrativos. Havia também diversos painéis informativos para tirar fotos e deixar os registros dos atletas. Os kits foram entregues de quarta-feira até o sábado. Fui retirar o meu e da Aninha na quinta-feira para não pegar filas, pois a previsão era de mais de 15 mil atletas para o evento como um todo. Com a chegada do final de semana e dos atletas de fora, que eram a maioria, não deve ter sido fácil a retirada dos kits.

Alguns atletas se inscreveram para participar do Desafio, que consistia em correr e completar as três distâncias: 5km, 21km e 42km. Quem completasse todas elas ganharia uma quarta medalha especial do desafio. O amigo Enio, do podcast Por Falar em Correr, foi um dos que participaram e conseguiu concluir com sucesso, conquistando as 4 medalhas.

O tempo durante a semana da prova estava friozinho. Como não estava recuperado tinha decidido que se tivesse muito frio e chovendo no sábado, dia da meia maratona, eu não iria correr. Minha imunidade poderia baixar ainda mais e piorar. Mas isso eu só iria saber mesmo no dia da prova.

Na sexta-feira à noite teve a corrida de 5 km, que foi realizada na Av. Beira-mar Continental, local diferente onde seriam realizadas as outras distâncias, de 21km e 42km. Nesse dia, próximo do horário da largada choveu muito em Florianópolis e provocou até atrasos na largada. Já estava perdendo as esperanças.

Com a largada prevista para às 5:30 no sábado sabia que tinha que madrugar para conseguir estacionar perto da arena da prova. Como a chuva parou e estava sem muito vento decidi participar da meia maratona. Eu e a Aninha chegamos às 4:15 da manhã e não encontramos mais lugares nas redondezas. Só um pouco mais afastado em ruas perpendiculares à beira-mar, depois de dar algumas voltas. Das próximas vezes melhor chegar com pelo menos 1h30 de antecedência.

Das três opções de distância, a meia maratona foi a que concentrou o maior número de atletas. Não sei se essa distribuição em três dias é a melhor opção porque acaba separando mais os grupos e pessoas que correm distâncias diferentes. Mas pela quantidade de participantes seria difícil concentrar em um dia só de prova.

Enquanto aguardava o horário da largada não fiz praticamente nenhum aquecimento e com o friozinho que estava fazendo optei por correr com o corta-vento. Nunca fiz isso antes, mas como ainda estava fragilizado não queria arriscar pegar longos trechos de vento frio. Me posicionei para a largada lá no fundo já que não tinha grandes pretensões de tempo.

Na largada estava junto com a Aninha e a Jany, e consegui fazer uma proeza ao passar pelo tapete do portal. Logo no primeiro passo tropecei. Fiz de tudo para não cair, mas não evitei. Joelho direito e as duas mãos raladas. Só lembro de um outro atleta ter me ajudado a levantar e me incentivado a seguir. Nem pude pensar porque atrás vinha muito mais atletas. inclusive a Jany e a Aninha que devem ter visto a trapalhada. Eu já não estava muito bom e começar a meia maratona assim não estava no script.

Ao levantar senti dores nas pernas pela pancada, mas o joelho ralado nem tinha visto. Só as palmas da mão que ardiam. De imediato pensei sinceramente em desistir, e tinha todos os motivos para isso. Eu insisti um pouco pra ver como ficaria esse início. Fui em um trote mais lento por causa das dores na perna. Me recordo que demorou cerca de três quilômetros até que aquecesse e não sentisse tanto as dores.

Meu início de prova foi diferente desta vez, tentando conciliar as dores, frio e a possibilidade  de desistir. Saímos do Trapiche da Beira-mar Norte e fomos no sentido do Trevo da Seta, na via Expressa Sul. Depois do 1º km, com o pace mais alto que o normal, 6:09 min/km optei em seguir e ficar avaliando as condições durante a prova, principalmente pela dor na perna direita por causa do tombo. 


À medida que avançava nos quilômetros as dores ficavam menos intensas e mais suportáveis. Não estava forçando nada. Após completar o 4º km chegamos na entrada do túnel Antonieta de Barros. Por um lado, senti uma dificuldade maior para respirar, por outro, o vento frio ficou minimizado. 

Após atravessar o túnel e seguir pela via Expressa Sul estabilizei o ritmo e foi o meu melhor trecho, com os paces próximos de 5:35 min/km. Já estava me animando novamente para fazer ainda um sub 2h. As dores já não incomodavam tanto, só o vento frio que me quebrava. Fui me hidratando bem, pois ficava com a boca bem seca a toda hora.

Fizemos o retorno próximo do viaduto no trevo da Seta, com 9,2 km percorridos. Este foi o ponto mais extremo da prova. Continuei correndo bem até o 12º km. Havia vários postos de hidratação pelo percurso e em alguns teve distriuição de isotônico, gel de carboidrato e até paçoquinha. Eu acabei ficando somente na água mesmo porque não descia nada diferente disso.

À partir do 13º km fui perdendo rendimento. Um pouco pelo vento frio que sempre tem no retorno da via Expressa Sul e acho que um pouco pelo meu condicionamento que estava meio debilitado. Mas seguia confiante em terminar a prova. 

14º e 15º km, no trecho do túnel Antonieta de Barros, foram os mais críticos porque antes de entrar no túnel tem uma subidinha chata, que aliada com o vento contra, quebra o ritmo. Além disso, senti muito mais dificuldade na respiração dentro do túnel nessa volta. Mas com muito esforço foram superados.

Faltavam somente mais 6 km para terminar. Iríamos correr um pouco pela Av. Beira-mar Norte e retornar. Esse trecho dá um certo alívio, pois ficamos mais proximos do local da chegada e o percurso fica mais plano e conhecido. Tirei o meu corta-vento finalmente, pois não estava mais sentindo tanto frio. Pensei até em retomar um ritmo melhor, mas o corpo não quis me acompanhar.

Passei pelo viaduto, por baixo da Ponte Hercílio Luz e quando cheguei bem em frente ao local de chegada/largada no km 18, uma esticada na passada foi o suficiente para me dar um forte cãibra na perna direita. Paralisei imediatamente. Como sofro com essas cãibras, que dor. Não consegui nem ir para a laterial e fiquei por uns 3 minutos no meio da pista, tentando me alongar de pé. Isso foi bem no corredor formado pelo público que assistia e incentivava a passagem dos atletas. 

Depois de 18 km percorridos, não ia ser naquela situação que abandonaria a prova. Continuei andando mesmo. Restavam somente três quilômetros e sabia que mesmo andando terminaria. Aos poucos fui ensaindo uns trotezinhos, com todo cuidado para a cãibra não voltar. Fomos até a altura da Praça Governador Celso Ramos para fazer o último retorno, no km 19,5. Faltava pouco para acabar.

A essa altura não me preocupava mais com o ritmo, pace ou tempo. Só queria terminar a meia maratona. Não arrisquei forçar mais nada, só fui trotando devagar para poder chegar bem e até que não foi tão ruim assim com os paces finais em torno de 6:27 min/km. Não arrisquei nenhum sprint para não dar novamente a temida cãibra.

Consegui cruzar o portal de chegada com o tempo líquido de 2h05min55. Foi um dos meus piores tempos de meia maratona. Mas pelas circunstâncias que envolveu toda a minha participação na prova ficou razoável, principalmente por ter conseguido terminar e receber mais uma medalha dessa distância, que é a minha preferida.

Não fiquei tão exausto como costumo chegar nas outras provas. Também estava com ritmo reduzido e administrando as passadas. Me hidratei bastante com vários copos de água. Depois de me recuperar fiquei ainda próximo ao portal para assistir e registrar a chegada da Aninha. Não deve ter sido fácil pra ela também mas também conseguiu completar bem mais uma meia maratona. Em seguida recebemos as medalhas e pegamos algumas frutas, isotônico e paçoquinha para recuperação. 

Enquanto aguardava pela arena da prova olhei para o meu joelho que estava coçando, e só aí descobri o estrago da ralada no início da prova. A casquinha já estava dura. Aproveitei que tinha uma posto médico por lá e fui fazer um curativo. Não sei se teria continuado se tivesse visto na hora.

Ficamos por lá assistindo a chegada dos demais atletas e um pouco a premiação. Como estava friozinho e o carro estava longe acabamos não ficando por muito tempo. Não queria piorar a minha sinusite. E partimos para um bom café da manhã com os amigos no Supermerado Imperatriz do Estreito.

Percurso 2023 (20,99 km)
 Retirada do kit no Pátio Milano com as amigas Luísa e Adri e o amigo Rafael
Kits em mão - Painel com mapa mundial ao fundo.
Kit da meia maratona de Floripa 2023
Aninha, Gerferson, Enio do Por Falar em Correr e a D. Ivone. 
Todos madrugando para a largada.
Na via Expressa Sul ainda passando frio com o corta-vento
Foto: (ASSJF - Foco Radical) 
Passando pelo km 18, próximo ao Trapiche
Foto: @deciopa
Depois dá cãibra tentando voltar
Foto: @deciopa
Passagem pelo km 18 após a cãibra
Vídeo: @deciopa
Finalmente chegando
Aninha curtindo uma paçoquinha durante a prova.
Com a medalha da meia maratona
Aninha com a medalha
Devidamente agasalhados pós-prova 
Linda medalha.


Resultado e Certificado da Meia maratona de Floripa 2023

Local: Beira mar norte - FLN/SC
Data: 26/08/2023
Horário: 5h30 (5h35)
Distância: 21,097 km (20,99 km)

Inscrição: R$ 89,10 (promoção casal compra 1 ganha 2)
Kit: Sacola, camiseta manga curta, número de peito com chip descartável.

Tempo: 2h05min55
Pace: 6:00 min/km
Tênis: Saucony Kinvara 11

2023
Colocação: 0127 de 0185 (categoria 50-54 )
Colocação: 2137 de 2702 (masculino)
Colocação: 3311 de 4932 (geral)

2 comentários:

  1. Parabéns Eduardo, vc foi guerreiro pra completar a prova!

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    1. Muito obrigado. Foi sofrido, mas deu pra completar. Muito incentivo dos amigos !!!

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