Foto: Felipe Cruz (Foco Radical)
A Maratona Internacional de Floripa ficou sem as suas edições de 2020 e 2021 por causa da pandemia, que provocou a suspensão de todas as provas presenciais. Após esse longo período a expectativa para essa prova foi grande e ocorreu um acúmulo dos atletas inscritos desde 2020, ansiosos pelo retorno desta maratona. A organização da prova ficou por conta do grupo STC. Eu só me inscrevi no lote extra faltando algumas semanas, pagando R$ 183,60, mesmo não estando preparado para fazer uma corrida mais longa. Mas não podia ficar de fora.
Muitos atletas vieram de fora do Estado e até de outros países, e aproveitavam a oportunidade de correr e visitar Florianópolis. Segundo a organização foram cerca de 14.000 atletas inscritos no evento, distribuídos nas distâncias de 10 km, realizada no sábado, e 21 km e 42 km, no domingo. Acredito que tenha sido a maior quantidade de atletas inscritos em um evento de corrida aqui no Estado. Essa grande movimentação gerou inclusive lotação na rede hoteleira da grande Florianópolis, e consequentemente dificuldades de hospedagem para alguns atletas.
A entrega dos kits foi realizada na Loja Decathon da SC-401, iniciando na quinta-feira e indo até a tarde de sábado. A previsão para o sábado era de um grande fluxo de atletas, principalmente na véspera da meia e da maratona. Os atletas locais foram aconselhados a retirar os seus kits antes, ou seja, na quinta e na sexta-feira. Fui logo no primeiro dia e a retirada foi bem tranquila. Deu até pra aproveitar e fazer uma comprinha na Decathlon, que estava dando 5% de desconto para os atletas da prova.
O kit foi básico com uma camiseta, uma revista da prova e o número de peito com o chip. Eu peguei um número interessante, 8888. Cada distância teve uma cor de camiseta diferente. Nos 10 km a cor era vermelha, nos 21 km era azul e na maratona a cor era preta. Legal, para diferenciar. No sábado, quando boa parte dos atletas de fora chegaram para a retirada do kit disseram que houve uma grande fila chegando a ocupar a área do estacionamento da Decathlon.
Essa foi a minha primeira meia maratona no ano e só aconteceu porque consegui me inscrever no lote extra. Não tive muito tempo para me preparar. Foram praticamente duas semanas. Antes estava treinando somente para a distância de 10 km. Diante disso a ideia era terminar bem a meia maratona, sem grandes expectativas de tempo, que é impossível sem uma boa preparação. Sub 1h55 já estaria de bom tamanho.
No sábado pela manhã foi realizada a prova de 10 km. Acho que foi a primeira vez que houve essa separação nesse evento. Pela quantidade de atletas acredito que foi melhor assim, pois no domingo acho que a logística se complicaria muito com a quantidade de atletas e os percursos diferentes.
Com a largada da maratona prevista para às 6 horas e da meia maratona para às 6:30, e considerando que seriam mais de 5.000 atletas, tivemos que chegar antes das 4h30 da madrugada para conseguir estacionar próximo, e mesmo assim já não foi tão fácil encontrar vaga. A Aninha não foi correr, mas me acompanhou nessa empreitada !
Toda a estrutura da prova foi montada no bolsão do Trapiche da Beira Mar Norte, com várias tendas para guarda-volumes, área VIP. venda de produtos esportivos, distribuição da cerveja Michelob Ultra, e várias assessorias esportivas. Tinha palco para premiação, alguns painéis para fotos e os banheiros químicos com as estações com pias para higienizar as mãos.
Às 6 horas seria dada a largada para a maratona, que percorreria a Beira-mar Norte, Beira-mar Continental e a Via Expressa Sul. Porém, houve um atraso de cerca de 20 minutos. Consequentemente acarretou um atraso também na meia maratona, programada para às 6h30.
Conforme descrito no meu número de peito meu portão de largada foi o "D", acho que um dos últimos, pois fiquei lá no final. Como não iria brigar por tempo foi até bom pra não querer ir rápido demais no início. A largada ocorreu próximo das 6h40, mas eu demorei mais de 4 minutos até conseguir passar pelo portal e iniciar realmente a minha prova.
Logo no início peguei um certo congestionamento, mas logo a avenida ficou mais larga e mais tranquila para correr. Eram muitos atletas. Difícil mesmo sentir o frio e o vento contra logo nesse início. Era uma amostra do que nos esperava. Meu 1º km, ainda pela avenida beira-mar foi um dos mais altos, com pace de 5:46 min/km.
Passamos por baixo da Ponte Hercílio Luz, acessamos o viaduto junto ao Lago das Bandeiras e seguimos na direção do túnel Antonieta de Barros. Este trecho foi em grande parte com o vento batendo contra, exigindo um esforço extra. Me arrependi de não ter largado com o corta-vento. Um pouco antes de chegar ao túnel tinha o retorno da meia maratona, com cerca de 3,5 km percorridos.
Iniciamos a volta para o mesmo local da largada (no Trapiche) fazendo o caminho inverso. Ficou um pouco mais confortável correr, porque já estávamos mais aquecidos e agora o vento estava mais a nosso favor. Já foi possível manter o pace abaixo de 5:30 min/km.
Mesmo estando frio, estava com a boca seca e no início fui pegando copos de águas em todos os postos de hidratação. No 7º km, quando passávamos pela avenida beira-mar no Trapiche, estava me sentindo bem e melhorando o ritmo. A Aninha e os amigos sempre dando aquele apoio moral nessa passagem. Foi meu melhor pace com 5:14 min/km.
Um terço da prova estava feito. Os outros dois terços seriam feitos indo até próximo da UFSC e retornando, pela Avenida Beira-mar Norte. Minha intenção agora era aumentar um pouco o ritmo num percurso mais plano, e foi o que consegui fazer até o km 11º km, com os pace próximo de 5:20 min/km.
Nesse meio de prova, começou então a chover, que se juntou ao frio e um pouco de vento. Ficou difícil manter o ritmo, e como eu não queria forçar demais segui correndo mas com o pace já próximo dos 5:30 min/km novamente. Quase chegando na UFSC, onde é feito o retorno na altura do km 14, foi a pior parte por causa das intempéries.
Após esse retorno só faltavam pouco mais de 7 km, e a chuva já tinha parado pra amenizar. Nos dois quilômetros seguintes estava confiante e sentia que poderia manter ou até melhorar o ritmo. Em alguns postos de hidratação tinha até paçoquinha, mas pra mim é praticamente impossível comer a paçoca seca correndo. Ia engasgar com certeza. Dessa vez também não peguei isotônico. E também nem usei gel de carboidrato. Deixei tudo para depois.
No km 17 já estava fazendo as contas e provavelmente daria pra chegar abaixo do tempo de 1h55. Só não contava que em seguida fossem começar as fisgadas no posterior da coxa direita. O amigo James estava de bike e conseguiu fazer alguns registros. Tive que reduzir as passadas, encurtando para que não desse cãibra.
O duro que a partir de então, se eu acelerasse um pouco mais ou alongasse a passada aquela fisgada me lembrava que estava lá. Queria brigar pelo tempo ainda, mas o medo de ter que parar por uma cãibra mais forte me continha. Segui com todo cuidado para não precisar parar. Perdi segundos preciosos para o meu objetivo, mas acho que valeu a pena. Consegui evitar a cãibra na prova. (Só não me livrei dela quando fui entrar no carro na hora de ir embora...aff).
Normalmente na reta final, faltando uns 400 metros eu consigo dar uma acelerada, mas dessa vez não arrisquei e fui bem controlado pra concluir. Cruzei a linha de chegada com o tempo líquido de 1h55min39. Até que não estourei muito da meta, mas o chato foi que o Garmin registrou somente 20,94 km, faltando pouco mais de 100 metros para os 21,097 km. O importante foi o alívio de ter chegado bem e dessa vez nem tão exausto.
A Aninha me aguardava na chegada. Descansei um pouco. Tomei alguns copos de água, acho que uns 4 pelo menos, e fui para a área de hidratação, que tinha mais água, isotônico em copo, frutas e paçoquinha. Com a chegada de vários atletas se formou uma aglomeração e uma fila. Em seguida peguei a minha medalha da meia maratona. Achei legal que as medalhas foram diferenciadas para cada distância.
Estava bem molhado e fui rapidamente me trocar e me agasalhar para ver depois a chegada dos maratonistas, inclusive do amigo Jabson que ficou aa 5ª colocação na categoria por faixa etária dos 42k. Ficamos mais um pouco por lá conversando com os amigos e aproveitando pra pegar umas cervejas oferecidas pela Michelob Ultra. Depois, como ainda era cedo fomos em busca de uma padaria para tomar um bom café da manhã.
Eu de meia maratona e o Jabson de maratona
Largada seguindo no sentido do túnel Antonieta de Barros
Voltando, após passar por baixo da Ponte Hercílio Luz (km 6)
(Foto: FML - Foco Radical)
Chegada. Tempo líquido: 1h55min38
Pós-chegada, ainda meio atordoado
Medalha na mão
Medalha da meia maratona de Floripa 2022
Local: Trapiche da Beira-mar Norte
Data: 28/08/2022
Horário: 06h30min (6h46min)
Distância: 21,1km (20,94 km)
Inscrição: R$ 183,60 (lote extra)
Kit: Sacola plástica, camiseta, revista da maratona e número de peito com chip descartável.
Kit: Sacola plástica, camiseta, revista da maratona e número de peito com chip descartável.
Tempo: 1h55min39s
Pace: 5:32 min/Km
Tênis: Saucony Kinvara 11
Tênis: Saucony Kinvara 11
Colocação: 0075 de 0162 (categoria 50-54 anos)
Colocação: 1071 de 1942 (masculino)
Colocação: 1484 de 3871 (geral)
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